Transição de Serviço

A fase descrita nesse livro tem o propósito de
planejar, gerenciar mudanças nos serviços e implantar
liberações de serviços com sucesso no
ambiente operacional.
Os objetivos
são:
● Planejar e gerenciar os recursos de modo a estabelecer um novo
serviço ou alteração de um serviço no ambiente de produção, com
qualidade, custos previsíveis e dentro do prazo estimado.
● Assegurar o menor impacto possível nos serviços em produção quando uma mudança
ou um novo serviço for implantado.
● Aumentar a satisfação dos clientes, usuários e equipe de suporte com
práticas de transição que resultem em menor impacto para organização.
● Fornecer plano compreensivo e claro para que os projetos de mudança estejam alinhados
aos planos de transição de serviço.
Esta fase faz a transição entre o Desenho e a
Operação. Deve implantar os serviços em produção com base nas especificações
produzidas pelo estágio de Desenho. Também envolve a modificação do desenho e a reanálise das
especificações.
* O foco da
transição está em todos os aspectos do serviço, incluindo o suporte a falhas.
A transição
requer a compreensão de:
●
Potencial que o serviço tem de criação de valor para o negócio;
● Partes interessadas, tais como fornecedores, clientes e outras
áreas envolvidas/afetadas.


Princípios Básicos:
● Compreensão integral dos serviços (quanto à Natureza, Utilidade e
Garantia);
●
Estabelecimento de política
e método para implementar mudança;
● Foco na transferência
de conhecimento para tomada de decisão e execução dos processos;
●
Ação proativa para correção dos rumos;
●
Identificação de
necessidades ao longo da transição.
Conceitos importantes:
Item de
configuração – é um ativo,
um componente de serviço ou qualquer outro item sob controle do processo
de Gerenciamento de Configuração (hardware, software, documentação, equipe).
BDGC ou CMDB / Banco de Dados de Gerenciamento
de Configuração – é um repositório
de informações sobre os registros de itens de configuração. Cada item deve ter
nesse BD um registro único, com alguns campos que o identifiquem.
Sistema de Gerenciamento de Configuração – SGC
ou CMS – para gerenciar serviços
de TI é necessário um sistema de suporte, que faça a gestão da
configuração dos ativos. Consiste em quatro camadas:
●Camada de apresentação: formatação de informações em relatórios específicos para determinados públicos.
● Camada de processamento de conhecimento: é onde se produzem as querys (consultas)
para extrair os dados para serem exibidos em relatórios.
● Camada de integração de
informação: coleta e estrutura os dados.
● Camada de dados: dados e informações de diferentes origens, como
BDGCs, ferramentas de inventário, informações de projetos.


Sistema de
Gerenciamento do Conhecimento de Serviço – SGCS ou SKMS – é formado por um conjunto de dados em
base central. Os BDGCs alimentam o SGC, que fornece informações ao SGCS e estas
informações suportam a tomada de decisões.
Biblioteca de Mídia Definitiva – BMD ou DML – A
Definitive Media Library é uma biblioteca segura que armazena
cópias-mestre de versões autorizadas e definitivas de itens de configuração
(softwares). Difere do BDGC por que o BDGC armazena registros lógicos, enquanto
esta biblioteca pode ser um armário que contém as mídias físicas (cds / dvds),
por exemplo.
Mudanças de Serviço (service change) – mudança em um serviço existente ou uma introdução
de novo serviço no ambiente de produção.
Tipo de Mudanças (change types) – podem ser três: Padrão,
Normal e Emergencial. Padrão indica que ela muda um serviço ou
infraestrutura e é pré-autorizada pelo Gerenciamento de Mudança. Normal
trata de mudança levantada a partir de uma pessoa ou organização, sendo
necessários autorização e planejamento antes da execução. Emergencial
necessita urgência para implantação, em resposta a um incidente (nem sempre é
possível testar por completo).
7 Rs do
Gerenciamento de Mudança
-
Quem submeteu a mudança? (Raise)
-
Qual é a razão da mudança? (Reason)
-
Qual é o retorno requerido a partir da
mudança (Return)
-
Quais são os riscos envolvidos na
mudança? (Risks)
-
Quais os recursos necessários para
entregar a mudança? (Resources)
-
Quem é o responsável por construir,
testar e implantar a mudança? (Responsible)
-
Qual é a relação entre esta mudança e
outras mudanças? (Relationship)
Unidade de Liberação (Release Unit) – é a porção de um serviço
ou infraestrutura de TI que é normalmente liberada de acordo com a
política de liberação da organização. Esta unidade varia em termos de item,
ativo de serviço e componente de serviço (hardware ou software).
O modelo V de Serviço – é uma ferramenta para mapear os diferentes níveis de configuração que precisam ser construídos e testados. Na vertical estão os níveis, partindo da especificação e chegando ao detalhamento, enquanto na horizontal podem ser especificadas atividades correspondentes, tais como testes e validações.
O modelo V de Serviço – é uma ferramenta para mapear os diferentes níveis de configuração que precisam ser construídos e testados. Na vertical estão os níveis, partindo da especificação e chegando ao detalhamento, enquanto na horizontal podem ser especificadas atividades correspondentes, tais como testes e validações.
Processos (Mnemônico -
Mu/Conf/Conh/Sup/Lib/Val/Aval):
É importante ressaltar aqui que na Transição há
dois tipos de processos. Aqueles que são restritos ao estágio de Transição e
aqueles que permeiam todo o ciclo de vida. Serão oportunamente identificados
nos tópicos a seguir.
Gerenciamento de Mudança (aplicável a
todo o ciclo de vida)
O objetivo deste processo é assegurar que mudanças são feitas de forma controlada, e são
avaliadas, priorizadas, planejadas, testadas, implantadas e documentadas.
Os riscos devem ser mapeados
e gerenciados. A área de TI precisa ser responsiva às mudanças no
negócio.
O escopo deste processo cobre as mudanças desde a base de ativos de
serviço e itens de configuração até o completo ciclo de vida do serviço. Isso
implica dizer que este processo pode ser usado para implantar melhorias nos
processos de Gerenciamento de Serviços de TI.
Conceitos
básicos do processo de mudança:
Requisições
de Mudança (RDM
ou RFC) são requisições formais para mudar um ou mais Itens de Configuração.
Comitê Consultivo de Mudanças (CCM ou Change Advisory Board – CAB)
reúne pessoas que autorizam a mudança e auxiliam
na sua avaliação e priorização.
Como funciona o
processo de mudança?
O processo de
mudança começa com uma RDM. Uma RDM pode conter proposta de mudança que crie novas facilidades ao negócio,
ou conter justificativa do gerente de problema para implantar mudança que
corrija um problema. A RDM é verificada em termos de conformidade, se é
necessária , se está completada e já não havia outro registro aberto. Aqui
aplicam-se os 7Rs. Depois da análise a avaliação , o comitê decide pela
implementação, priorizando com base no impacto e na urgência. Em seguida é
coordenada a implantação, que após feita, deve ser avaliada para saber se
cumpriu o seu propósito.
Resultados
esperados:
●
Redução de erros em serviços novos ou alterados;
●
Maior velocidade e precisão na realização de
mudanças;
●
Priorização de mudanças com maior benefício para
o negócio.
Papel inerente
a esta fase: Gerente de Mudança – que trata as mudanças em todo o seu ciclo,
desde a requisição até a implementação / rejeição. Ele deve presidir o comitê
consultivo e enviar as agendas de mudanças ao Service Desk. O comitê consultivo
também exerce um papel, bem como o comitê emergencial (que é um destacamento do
consultivo) para tratamento de mudanças emergenciais.
[Conf] Gerenciamento da Configuração e
de Ativo de Serviço (aplicável a todo o ciclo de vida dos serviços)
Identifica
todos os Itens de Configuração necessários para entregar os serviços de TI, fornecendo um modelo lógico da estrutura de TI.
As informações sobre os itens de configuração
são mantidas na Base de Dados do Gerenciamento de Configuração (BDGC).
Este processo identifica,
controla e presta contas por ativos de serviços e itens de
configuração protegendo e garantindo sua integridade ao longo do ciclo de vida.
Inclui ativos que não sejam de TI e ativos de provedores de serviços, quando
necessário.

Conceitos básicos neste processo:
Biblioteca Segura (secure library): coleção de Ics de
software, eletrônicos ou documentos. Armazém Seguro (secure
store): é o local onde ser armazenam os ativos de TI.
Biblioteca de mídia definitiva (BMD – DSL): biblioteca segura na
qual versões de software autorizadas são
armazenadas.
Peças Definitivas (definitive spares): armazena peças
sobressalentes de hardware, como mouses,
teclados e memórias.
Linha de Base de Configuração: é a configuração aprovada de um
serviço, produto ou infraestrutura.
Snapshot (Instantâneo): cópia do estado atual
de um IC ou ambiente. Ferramentas de inventário
mantém a rastreabilidade desses estados.
O produto deste processo é o Sistema de
Gerenciamento da Configuração, conforme visto anteriormente.
Papéis:
Gerente de Ativos de Serviço, Gerente de Configuração, Analista de
Configuração, Bibliotecário de Configuração e Administrador de
Ferramentas de SGC.
[Conh] Gerenciamento do Conhecimento
(aplicável a todo o ciclo de vida)
Tem como objetivo garantir
que as pessoas certas tenham o conhecimento
adequado e oportuno para entregar e suportar
os serviços requeridos.
Trata o conhecimento como forma de prover
serviços eficientes e com qualidade, de valor compreensível a todos.
Principal
saída: SKMS ou SGCS (sistema de gestão do conhecimento de serviços)
[Sup] Planejamento e Suporte da
Transição
Tem como foco a
melhoria das habilidades e da eficiência do provedor de serviços, de


modo a suportar
grandes volumes de mudanças e liberação de serviços
● Planejar e coordenar recursos para garantir que os requisitos codificados no desenho do serviço sejam realmente atendidos durante a operação do serviço.
● Identificar, gerenciar e controlar os riscos de
falhas e interrupção de serviços
durante as atividades de transição.
[Lib] Gerenciamento de
Liberação e Implantação
Tão logo o gerenciamento de
mudança aprovar a mudança (através do comitê consultivo), ela é passada para
este processo, para que seja liberada e implantada
no ambiente de produção.
Este processo faz o controle de versões e controla as instalações de software,
hardware e outros componentes de
infraestrutura, do ambiente de
desenvolvimento ao ambiente de teste e depois para o ambiente de produção.
Não desenvolve a mudança,
apenas sua liberação (ex: deployment de um software). Liberações são planejadas
e este processo deve atender até o suporte inicial da entrada em produção.
Opções mais
frequentes para o lançamento de liberações:
Big bang ou por fase: bigbang implanta o serviço para todos ao mesmo
tempo, enquanto por fase a liberação é feita para partes de usuários.
Empurrada ou Puxada (Push/Pull): na liberação empurrada o componente
do serviço é implantado a partir da área central para usuários em
localizações remotas. Puxada os usuários devem trazer para si as atualizações,
através de downloads ou requisições.
Automatizada ou manual: as automatizadas fazem uso de scripts que rodam
atualização em cada máquina na rede, através de um comando central, por
exemplo. Alguns softwares fazem isso. Já a liberação manual requer intervenção
ponto a ponto.
Atividades de liberação: Planejamento / Preparação para Construção, Teste
e Implantação / Construção e Teste / Teste de Serviço e Pilotos /
Planejamento e Preparação para Implantação / Transferência, Implantação e
Retirada / Verificação / Suporte.


Produtos/Saídas
deste processo:
● Aumento de valor para o negócio pela otimização
de velocidade, custo e risco das mudanças;
●
Consistência e auditabilidade na implantação de
serviços úteis ao negócio;
●
Correção de desvios no SDP.
Papéis:
Gerente de liberação e implantação – responsável por planejar,
desenhar, construir, configurar e testar os novos
softwares e hardwares para criar o pacote de liberação para a entrega de
mudanças nos serviços.
Gerente de empacotamento e Construção
de Liberação –
estabelece a configuração final da
liberação.
Equipe
de Implantação – responsável pela entrega física do
serviço.
[Val] Validação de Serviço e Testes
Este processo
tem foco na qualidade. Deve checar que o serviço atende ao requisito do SDP,
dentro dos níveis de risco aceitos pelo negócio.
Objetivo: prover evidência objetiva de que o serviço
novo ou alterado suporta os requisitos de negócio, incluindo os acordos
de nível de serviço (SLA) estabelecidos.
Concentra-se na funcionalidade, disponibilidade,
continuidade, segurança, usabilidade e testes de regressão.
[Aval] Avaliação
Avaliação
da relevância do desenho do serviço, da abordagem de transição e da adequação do serviço novo ou alterado aos ambientes operacionais e de
negócios.
Objetivo:
garantir que o serviço continue sendo relevante, pelo estabelecimento de métricas/mensuração
apropriados.

Atividades Operacionais da Transição
O ITIL V3 trata uma Transição como se fosse um
projeto, ou seja, Projetos de Implantação da Mudança. Portanto, as seguintes
atividades são importantes:
●
Gestão de comunicação
e compromissos;
●
Gestão de mudanças
organizacionais e de partes interessadas;
●
Organização de papéis
e responsabilidades pela transição de serviços;
● Não são necessárias equipes exclusivas à
transição, mas sim pessoas aproveitadas de outras áreas com experiência e habilidades adequadas.
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